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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

TERÁ SIDO GURGEL O "ENTREVISTADO" DE VEJA?
Em setembro, Marcos Valério prestou um depoimento secreto a Roberto Gurgel, relatando seu medo de ser assassinado; no mesmo mês, Veja dedicou capa ao empresário, atribuindo a ele frases como "Lula era o chefe", supostamente ditas a terceiros, mas que não foram gravadas. Será que o interlocutor próximo do operador do mensalão, que fazia tabelinha com Veja, era o procurador-geral? 1 DE NOVEMBRO DE 2012 ÀS 09:41 247 - Numa das reportagens mais polêmicas de sua história, Veja publicou, com data de 19 de setembro, uma suposta entrevista com o empresário Marcos Valério. Ela continha acusações graves como: (1) o ex-presidente Lula era o chefe do mensalão; (2) o caixa do PT em 2002 foi de R$ 350 milhões; (3) Valério vinha sendo ameaçado de morte e (4) Lula só não teria sido pego porque Valério, Delúbio Soares e José Dirceu decidiram protegê-lo. Todas essas acusações foram publicadas entre aspas e vendidas ao leitor como uma entrevista em on, com gravador ligado, de Marcos Valério a Veja. Lá dentro, no miolo da matéria, informava-se que as declarações haviam sido ditas por Valério a terceiros, a interlocutores próximos. Agora, graças ao trabalho dos jornalistas Felipe Recondo e Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo, sabe-se também que, em setembro, Valério prestou um depoimento secreto ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Neste depoimento, ele teria citado os nomes de Lula, do ex-ministro Antonio Palocci e também de Celso Daniel, o prefeito assassinado de Santo André. No mesmo relato, Valério também afirmou que corria o risco de ser assassinado -- o que foi reproduzido por Veja em sua reportagem de 19 de setembro. Durante algumas semanas, alguns jornalistas insinuaram que Veja teria as gravações de Valério, mas, em entrevista ao portal Comunique-se e ao jornal O Globo, o diretor da revista, Eurípedes Alcântara, afirmou que as declarações de Valério poderiam ser comprovadas em juízo, com ou sem gravações. Era um sinal de que a revista não possuía áudio algum contra Lula. Como, então, justificar uma reportagem tão agressiva, sem provas concretas? Talvez esteja aí a pista. Por que não imaginar que o próprio Gurgel possa ter sido o "interlocutor próximo" de Marcos Valério, ouvido pela revista Veja? Em tese, o depoimento prestado pelo empresário ao procurador-geral Gurgel, que ainda nem foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal, corre em segredo de Justiça. Mas o senador Fernando Collor, que já apresentou várias representações contra o procurador, tem também denunciado encontros frequentes de repórteres de Veja com integrantes da cozinha de Rangel. O que está em marcha é um processo para excluir Luiz Inácio Lula da Silva da arena política no Brasil.

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