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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

SOMOS A SOCIEDADE MAIS DESIGUAL DO MUNDO

Joao pedro stedile O Instituto de pesquisas econômicas aplicadas –IPEA apresentou um importante estudo sobre a distribuição de renda no Brasil, com dados atualizados até 2007. Honra e mérito ao seu presidente economista Marcio Pochmann, que é um especialsita do tema. Mas a imprensa, ao divulgar, fez verso e prosa para dizer que a desigualdade social no Brasil estava diminuindo. Ledo engano. Afinal, como aprendi na faculdade, os economistas somos especialistas em manipular estatísticas. Vejam o que mudou. Em 2003, o rendimento médio dos dez por cento que ganham salários mais altos era de 4.620,oo reais. Passou para 4.850,oo em 2007. Os dez por cento de trabalhadores mais pobres que ganhavam menos, passaram de 169 reais para 206 reais em média, por mês, em 2007. A desigualdade entre os assalariados, de fato caiu, de 27,3 vezes entre os mais bem pagos e os menos pagos, para 23, 5 vezes. Mas ainda ainda assim é uma vergonha. No entanto, não é isso que mede a desigualdade social e a renda. Isso mede apenas entre os que ganham salários. Mas não inclui a renda de lucro, juros, alugueis, redimento de açoes, royalties,etc. A verdadeira distribuição de renda na sociedade se mede, pela comparação de toda riqueza produzida num ano: o PIB. E como ela é distribuída. Pois bem, na década de 60, o trabalho ficava com 50% de tudo o que se produzia e 50% para o capital. Em 2003, o trabalho ficou com apenas 39,8 % e o capital 60,2%, e agora em 2007, o trabalho ficou com 39,1% e o capital subiu ainda mais para 60,9% de tudo o que se produz no Brasil. E do jeito que os bancos e as empresas transnacionais andam ganhando dinheiro, certamente vamos chegar em 2010, com uma diferença ainda maior. Lamentavelmente, sai governo, entra governo e o Brasil continua sendo a sociedade mais injusta do planeta.

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