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terça-feira, 13 de novembro de 2012

COMITÊ CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA INFRAERO, ATO DIA 13 NOVEMBRO 2012.
MANIFESTAÇÃO DOS AEROPORTUÁRIOS EM VIRACOPOS/CAMPINAS: 13/11/2012 8:30H - EM FRENTE AO PRÉDIO ADMINISTRATIVO DA INFRAERO (PA)

Viracopos prevê investimento extra e 'devolve' 273 funcionários

Folha de São Paulo TERÇA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO DE 2012 Viracopos prevê investimento extra e 'devolve' 273 funcionários Consórcio assume amanhã a gestão de aeroporto de Campinas DIMMI AMORA DE BRASÍLIA O Consórcio Aeroportos Brasil, que a partir de amanhã vai assumir a gestão do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), anunciou investimentos de R$ 50 milhões em uma pista auxiliar e na conclusão da pista de taxiamento. A empresa vai também dispensar um terço dos trabalhadores da Infraero que recebeu. Os 273 funcionários voltarão a trabalhar na estatal e serão realocados. Parte das vagas será preenchida por contratados diretamente pela concessionária. Campinas tem hoje uma pista de pouso e decolagem e usa para taxiamento uma pista que havia sido projetada para ser a auxiliar, mas não chegou a ser concluída. Segundo o diretor do conselho do consórcio, João Santana, a ideia é aumentar a largura e o cumprimento dessa pista para que ela possa ser realmente usada como auxiliar, recebendo aviões de médio porte. Para taxiamento, será complementada uma pista que estava sem uso. Essas obras não estavam previstas no contrato, que prevê que o consórcio gastará cerca de R$ 9,5 bilhões em obras na unidade nos próximos 30 anos. Em outubro, por causa da quebra de uma aeronave, o aeroporto ficou por 45 horas fechado, cancelando cerca de 500 voos e prejudicando cerca de 25 mil passageiros. "Se houvesse a pista [quando houve o acidente], nenhum voo da Azul seria cancelado", disse Santana. A empresa aérea tem 85% dos voos comerciais do aeroporto. Santana também informou que a alemã Munique Airports continua dando consultoria na administração, mas uma possível sociedade entre as duas empresas depende de uma decisão dos estrangeiros.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

ASSESSOR DE DILMA ACUSA GLOBO DE FAZER POLÍTICA
No momento em que a Globo se mostra receosa em relação a uma eventual proposta para democratizar a comunicação, Marco Aurélio Garcia a acusa de partidarismo. “Quando você tem uma emissora que dedica 19 minutos do seu principal noticiário para fazer um resumo do mensalão às vésperas do segundo turno ... não é uma questão que passa batido para nós”; comandada por Ali Kamel, emissora diz que "só faz jornalismo"

TERÁ SIDO GURGEL O "ENTREVISTADO" DE VEJA?
Em setembro, Marcos Valério prestou um depoimento secreto a Roberto Gurgel, relatando seu medo de ser assassinado; no mesmo mês, Veja dedicou capa ao empresário, atribuindo a ele frases como "Lula era o chefe", supostamente ditas a terceiros, mas que não foram gravadas. Será que o interlocutor próximo do operador do mensalão, que fazia tabelinha com Veja, era o procurador-geral? 1 DE NOVEMBRO DE 2012 ÀS 09:41 247 - Numa das reportagens mais polêmicas de sua história, Veja publicou, com data de 19 de setembro, uma suposta entrevista com o empresário Marcos Valério. Ela continha acusações graves como: (1) o ex-presidente Lula era o chefe do mensalão; (2) o caixa do PT em 2002 foi de R$ 350 milhões; (3) Valério vinha sendo ameaçado de morte e (4) Lula só não teria sido pego porque Valério, Delúbio Soares e José Dirceu decidiram protegê-lo. Todas essas acusações foram publicadas entre aspas e vendidas ao leitor como uma entrevista em on, com gravador ligado, de Marcos Valério a Veja. Lá dentro, no miolo da matéria, informava-se que as declarações haviam sido ditas por Valério a terceiros, a interlocutores próximos. Agora, graças ao trabalho dos jornalistas Felipe Recondo e Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo, sabe-se também que, em setembro, Valério prestou um depoimento secreto ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Neste depoimento, ele teria citado os nomes de Lula, do ex-ministro Antonio Palocci e também de Celso Daniel, o prefeito assassinado de Santo André. No mesmo relato, Valério também afirmou que corria o risco de ser assassinado -- o que foi reproduzido por Veja em sua reportagem de 19 de setembro. Durante algumas semanas, alguns jornalistas insinuaram que Veja teria as gravações de Valério, mas, em entrevista ao portal Comunique-se e ao jornal O Globo, o diretor da revista, Eurípedes Alcântara, afirmou que as declarações de Valério poderiam ser comprovadas em juízo, com ou sem gravações. Era um sinal de que a revista não possuía áudio algum contra Lula. Como, então, justificar uma reportagem tão agressiva, sem provas concretas? Talvez esteja aí a pista. Por que não imaginar que o próprio Gurgel possa ter sido o "interlocutor próximo" de Marcos Valério, ouvido pela revista Veja? Em tese, o depoimento prestado pelo empresário ao procurador-geral Gurgel, que ainda nem foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal, corre em segredo de Justiça. Mas o senador Fernando Collor, que já apresentou várias representações contra o procurador, tem também denunciado encontros frequentes de repórteres de Veja com integrantes da cozinha de Rangel. O que está em marcha é um processo para excluir Luiz Inácio Lula da Silva da arena política no Brasil.

CERCO SEM FIM EMPURRA LULA A CANDIDATURA EM 2014
Oposição partidária e ventríloquos midiáticos em pé de guerra contra maior líder político do País; aposta é ida ao 'tapetão' da Justiça para conter força política crescente do ex-operário; feitiço, no entanto, pode recair contra os feiticeiros; de sua toca no Instituto Lula, em São Paulo, o perseguido avisa que, se for acuado, irá romper o cerco tornando-se candidato a presidente da República outra vez; "o STF não vai escrever o último capítulo da minha biografia"; alguém duvida? 2 DE NOVEMBRO DE 2012 ÀS 14:09 247 – Lula está na alça de mira dos sem-voto. Suplantada, paulatinamente, como se viu no resultado final das eleições municipais, pelo crescimento sustentado do PT – uma agremiação que a cada eleição, desde 1982, obtém mais votos em relação ao pleito anterior --, a oposição já percebeu que será impossível, pelo caminho das urnas, abater o ex-presidente. O que não significa que irá deixar de lado o pauta permanente de acabar politicamente com ele. As tentativas de tirar Lula do jogo recrudescem e estão concentradas, a partir de agora, no chamado "tapetão" – os diferentes ambientes judiciais para representações, investigações e julgamentos fraqueados a todos pela Justiça brasileira. Para a próxima terça-feira, o deputado Roberto Freire (PPS-SP) já anuncia a entrada de pedido formal à Procuradoria-Geral da República para que Roberto Gurgel e seus promotores iniciem um investigação específica contra o ex-presidente. Esse ardil, no entanto, está produzindo um paradoxo. Pensado para acuar Lula como uma raposa perseguida por cães e jagunços, ele já vai despertando um efeito reverso. Precisamente o que está levando Lula a ensaiar uma saída em grande estilo de sua toca, posicionando-se para bons entendores como candidato à Presidência da República em 2014. - O último capítulo da minha biografia não será escrito pelo Supremo Tribunal Federal, teria dito o ex-presidente a interlocutores recentes, que já espalham a frase para suas correntes de amigos. Como se sabe, Lula, entre o domingo 28 da surra político-eleitoral aplicado por Fernando Haddad e o PT em José Serra e o PSDB, e esta sexta-feira 2, ainda não fez nenhum pronunciamento público sobre os pleitos municipais. Mas protegido pelos vidros pretos do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, entre assessores, amigos e visitantes o ex-presidente manifesta uma avaliação extremamente positiva sobre o desempenho de seu partido. - Gostei de tudo, principalmente do nosso resultado em Taubaté, divertiu-se Lula em reunião informal no Instituto Lula, na segunda-feira 29. - Mas lá nos perdemos, presidente, lembrou um dos auxiliares, ciente de que o petista Isaac do Carmo fora derrotado pelo tucano José Ortiz por 37,08% dos votos válidos contra 62,92%. - Pois é, mas implantamos o PT, que ali não tinha nada, praticamente nem existia. Agora o partido está lá. Campinas, então, foi espetacular, avançou o presidente, feliz outra vez, referindo-se neste ponto à derrota de seu candidato Marcio Pochmann para o eleito Jonas Donizette, do PSB, por 42,31% contra 57,69%. Na quarta-feira 2, Pochmann e Donizete foram recebidos por Lula, em meio a uma chuva de cumprimentos. O que o ex-presidente não dirá, então, quando abrir a boca publicamente, e em definitivo com o câncer de garganta superado, sobre sua maior vitória com Haddad? É esse Lula de cordão umbilical ligado ao povo, dono de quase 80% de índice de popularidade medido pelas pesquisas e com total liberdade para combinar com a presidente Dilma uma estratégia partidárias para 2014 que a oposição sabe que precisa derrotar. Por questão de sobrevivência. Impulsionado por Lula, na atual marcha batida o PT vai ser tornar um partido hegemônico. Ente prefeitos e vices, o PT passou a estar no Poder Executivo de nada menos que 1.000 cidades brasileiras. No maior município do País, registre-se, o partido fez, além do novo prefeito, mais 13 vereadores, isto é, a maior bancada da Casa. No tapetão, a oposição tem sua base de denúncias num rematado delator e, agora, condenado pelo STF por crimes listados na Ação Penal 470. O publicitário Marcos Valério não é fonte das mais confiáveis, dado esse histórico, mas já estampou duas capas da revista Veja nas últimas seis semanas. O Santo Padre Bento 16, o presidente Barack Obama, a hipnotizante Juliana Paes e quem mais se queira, ninguém conseguiu esse feito. Falta de assunto ou aposta em que é Valério, e somente ele, que pode trazer algum alento ao anti-lulismo, o que importa, no caso, e a cadeia de reverberação de fatos que está acionada a partir dessa matriz. O jornal O Estado de S. Paulo igualmente aposta em Valério como fator de desestabilização de Lula. E, como não poderia faltar, o colunista imortal Merval Pereira, de O Globo, dá seu pitaco, nesta sexta 2, sob o título O Labirínto de Lula. São a oposição e seus ventríloquos, porém, que parecem estar andando em círculos, procurando dar as mãos para separar Lula de seu maior ativo, o reconhecimento do povo.

Opinião do blog Lula e o exorcismo que vem aí publicado em 2 de novembro de 2012 às 20:52 por Luiz Carlos Azenha Uma capa recente do Estadão resumiu de forma enxuta os caminhos pelos quais a oposição brasileira pode enveredar para tentar interromper aos 12 anos o domínio da coalizão encabeçada pelo PT no governo federal. De um lado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sugeria renovação do discurso do PSDB. De outro, um novo depoimento de Marcos Valério no qual ele teria citado o nome do ex-presidente Lula: Valério foi espontaneamente a Brasília em setembro acompanhado de seu advogado Marcelo Leonardo. No novo relato, citou os nomes de Lula e do ex-ministro Antonio Palocci, falou sobre movimentações de dinheiro no exterior e afirmou ter dados sobre o assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel. Curiosamente, no dia seguinte acompanhei de perto uma conversa entre quatro senhores de meia idade em São Paulo, a capital brasileira do antipetismo, na qual um deles argumentou que Fernando Haddad, do PT, foi eleito novo prefeito da cidade por causa do maior programa de compra de votos já havido na República, o Bolsa Família. Provavelmente leitor da Veja, ele também mencionou entrevista “espírita” dada por Marcos Valério à revista, na qual Lula teria sido apontado como chefe e mentor do mensalão. Isso me pôs a refletir sobre os caminhos expressos naquelas manchetes que dividiram a capa do Estadão. Sobre a renovação do discurso do PSDB sugerida pelo ex-presidente FHC, pode até acontecer, mas não terá efeito eleitoral. O PT encampou a social democracia tucana e, aliado ao PMDB, ocupou firmemente o centro que sempre conduziu o projeto de modernização conservadora do Brasil. Ao PSDB, como temos visto em eleições recentes, sobrou o eleitorado de direita, o eleitorado antipetista representado pelos quatro senhores de meia idade e classe média que testemunhei conversando no Pacaembu. Estimo que o eleitorado antipetista represente cerca de 30% dos votos em São Paulo, capital, talvez o mesmo em outras metrópoles. Ele alimenta e é alimentado pelos grandes grupos de mídia, acredita e reproduz tudo o que escrevem e dizem os colunistas políticos dos grandes jornais e emissoras de rádio e TV. Há, no interior deste grupo de 30% dos eleitores, um núcleo duro dos que militam no antipetismo, escrevendo cartas aos jornais, ‘trabalhando’ nas mídias sociais e participando daquelas manifestações geralmente fracassadas que recebem grande cobertura da mídia do Instituto Millenium. Este processo de retroalimentação entre a mídia e os militantes do antipetismo é importante, na medida em que permite sugerir a existência de uma opinião pública que reflete a opinião publicada. É por isso que os mascarados de Batman, imitadores de Joaquim Barbosa, aparecem com tanta frequência na capa de jornais; é por isso que os jornais escalam repórteres e fotógrafos para acompanhar os votos de José Dirceu e José Genoíno e geram um clima de linchamento público contra os condenados pelo STF; é por isso que os votos de Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski nas recentes eleições foram usados de forma teatral para refletir a reação da “opinião pública” (de dois ou três, diga-se) ao “mocinho” e ao “bandido” do julgamento do mensalão. Curiosamente, ninguém se interessou em acompanhar os votos de Luiz Fux e Rosa Weber. O antipetismo é alimentado pelo pensamento binário do nós contra eles, pelo salvacionismo militante segundo o qual do combate às saúvas lulopetistas dependem a Família, a Pátria e a Liberdade. Criar essa realidade paralela é importante. Em outras circunstâncias históricas, foi ela que permitiu vender a ideia de que um governo popular estava sitiado pela população. Sabe-se hoje, por exemplo, que João Goulart, apeado do poder pelo golpe cívico-militar de 1964 com suporte dos Estados Unidos, tinha apoio de grande parcela da população brasileira, conforme demonstram pesquisas feitas na época pelo Ibope mas nunca divulgadas (por motivos óbvios). [Ver aqui sobre o apoio a Jango] Hoje, o mais coerente partido de oposição do Brasil, a mídia controlada por meia dúzia de famílias, forma, dissemina e mede o impacto das opiniões da militância antipetista. O consórcio midiático, no dizer da Carta Maior, produz a norma, abençoa os que se adequam a ela (mais recentemente a ministra Gleisi Hoffmann, que colocou seus interesses particulares de candidata ao governo do Paraná adiante dos do partido ao qual é filiada) e pune com exílio os que julga “inadequados” (o ministro Lewandowski, por exemplo). Diante deste quadro, o Partido dos Trabalhadores, governando em coalizão, depende periodicamente de vitórias eleitorais como uma espécie de salvo conduto para enfrentar a barulhenta militância antipetista. Esta sonha com as imagens da prisão de José Dirceu, mas quer mais: o ex-presidente Lula é a verdadeira encarnação do Mal. É a fonte da contaminação do universo político — de onde brotam águas turvas, estelionatos como o Bolsa Família e postes eleitorais que só servem para disseminar o Mal. O antipetismo é profundamente antidemocrático, uma vez que julga corrompidos ou irracionais os eleitores do PT. Corrompidos pelo “estelionato eleitoral” do Bolsa Família ou incapazes de resistir à retórica demagoga e populista do ex-presidente Lula e seus apaniguados. A mitificação do poder de Lula, como se emanasse de alguém sobre-humano, é essencial ao antipetismo. Permite afastar o ex-presidente de suas raízes históricas, dos movimentos sociais aos quais diz servir, desconectar Lula de seu papel de agente de transformação social. O truque da desconexão tem serventia dupla: os antipetistas podem posar de defensores do Bem sem responder a perguntas inconvenientes. Quem são? A quem servem? A que classe social pertencem? Qual é seu projeto político? Quais são suas ideias? A crença de que vencer eleições, em si, será suficiente para diminuir o ímpeto antipetista poderá se revelar o mais profundo erro do próprio PT diante da conjuntura política. O antipetismo não depende de votos para existir ou se propagar. Estamos no campo do simbólico, do quase religioso. Os quatro senhores do Pacaembu, aos quais aludi acima, estavam tomados por uma indignação quase religiosa contra Lula e o PT. Pareciam fazer parte de uma seita capaz de mobilizar todas as forças, constitucionais ou não, para praticar o exorcismo que é seu objetivo final. Como aconteceu às vésperas do golpe cívico-militar de 64, o que são as leis diante do imperativo moral de livrar a sociedade do Mal?

MORTE A LULA É GUERRA SEM FIM, DIZ KOTSCHO
Ex-porta-voz do presidente Lula reage às manchetes de Veja, Folha, Globo e Estado deste fim de semana, que conectam Lula não apenas ao mensalão, mas também à morte de Celso Daniel; "quanto mais perdem, mais furiosos ficam", diz o jornalista; nesse vale-tudo, donos dos meios de comunicação, se pudessem escolher, trocariam a prisão de Marcos Valério, o "mequetrefe", pela de Lula, o suposto chefe de todo o esquema 3 DE NOVEMBRO DE 2012 ÀS 12:54 247 - O movimento parece organizado e está nas manchetes dos principais jornais do País. Veja conecta Lula à morte de Celso Daniel. O Estado de S. Paulo complementa a notícia. E a Folha, ancorada apenas numa frase esparsa do ministro Marco Aurélio Mello, aponta que o Supremo Tribunal Federal está propenso a conceder a proteção demandada pelo operador do mensalão. Se aos donos dos veículos fosse possível escolher, eles não hesitariam: Lula preso, Valério solto. Diante da marcha acelerada do golpe paraguaio contra Lula, apontado aqui no 247 há várias semanas, o ex-porta-voz de Lula, Ricardo Kotscho, decidiu reagir. E disse que Lula será alvo de uma guerra sem fim movida pelos principais meios de comunicação do País. "Quanto mais perdem, mais furiosos ficam". Leia seu artigo: O alvo agora é Lula na guerra sem fim Por Ricardo Kotscho Pouco antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2006, o sujeito viu a manchete do jornal na banca e não se conformou. "Esse aí, só matando!", disse ao dono da banca, apontando o resultado da última pesquisa Datafolha que apontava a reeleição de Lula. Passados seis anos desta cena nos Jardins, tradicional reduto tucano na capital paulista, o ódio de uma parcela da sociedade _ cada vez menor, é verdade _ contra Lula e tudo o que ele representa só fez aumentar. Nem se trata mais de questão ideológica ou de simples preconceito de classe. Ao perder o poder em 2002, e não conseguir mais resgatá-lo nas sucessivas eleições seguintes, os antigos donos da opinião pública e dos destinos do país parecem já não acreditar mais na redenção pelas urnas. Montados nos canhões do Instituto Millenium, os artilheiros do esquadrão Globo-Veja-Estadão miraram no julgamento do chamado mensalão, na esperança de "acabar com esta raça", como queria, já em 2005, o grande estadista nativo Jorge Bornhausen, que sumiu de cena, mas deixou alguns seguidores fanáticos para consumar a vingança. A batalha final se daria no domingo passado, como consequência da "blitzkrieg" desfechada nos últimos três meses, que levou à condenação pelo STF de José Dirceu e José Genóino, duas lideranças históricas do PT. Faltou combinar com os eleitores e o resultado acabou sendo o oposto do planejado: o PT de Lula e seus aliados saíram das urnas como os grandes vencedores em mais de 80% dos municípios brasileiros. E as oposições continuaram definhando. Ato contínuo, os derrotados de domingo passado esqueceram-se de Dirceu e Genoíno, e mudaram o alvo diretamente para Lula, o inimigo principal a ser abatido, como queriam aquele personagem da banca de jornal e o antigo líder dos demo-tucanos. Não passa um dia sem que qualquer declaração de qualquer cidadão contra Lula vá para a capa de jornal ou de revista, na tentativa de desconstruir o legado deixado por seu governo, ao final aprovado por mais de 80% da população _ o mesmo contingente de eleitores que votou agora nos candidatos dos partidos por ele apoiados. Enganei-me ao prever que teríamos alguns dias de trégua neste feriadão. Esta é uma guerra sem fim. Quanto mais perdem, mais furiosos ficam, inconformados com a realidade que não se dobra mais aos seus canhões midiáticos movidos a intolerância e manipulação dos fatos. O país em que eles mandavam não existe mais.