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sexta-feira, 27 de abril de 2012

SAC não descarta privatização de novos aeroportos

Panrotas Publicada em 26/4/2012 12:45:00 Danilo Teixeira Terminou há pouco o primeiro painel do último dia do Airport Infra Expo, evento que acontece no Transamérica Expo Center, na capital paulista, desde a última terça-feira (24). A palestra “Negócio aeroporto: receita de sucesso que garanta a melhor relação custo/benefício entre o investidor o concessionário e o passageiro” abriu as atividades de hoje e contou com a participação do secretário executivo da Secretaria de Aviação Civil, Cleverson Aroeira, do diretor de Aeroportos da Infraero, João Márcio Jordão, e da assessora especial da presidência da Anac, Clarissa Barros, além do mediador, o jornalista da Folha de São Paulo, Ricardo Gallo. Aroeira, responsável por iniciar o debate, disse que o setor da aviação passa a viver uma nova etapa com as concessões e que passageiros e empresas que atuam nos aeroportos privatizados estão envolvidos nessas melhorias. Ele explicou o modelo de negócio, mostrando que o concessionário buscará lucratividade e rentabilidade nas operações, e vão assegurar preços justos e qualidade na infraestrutura e atendimento aos passageiros. “Tudo isso está em contrato. A Anac irá regular e fiscalizar se essas clausulas serão cumpridas”, disse. Após as apresentações, um debate foi iniciado e Aroeira foi questionado sobre a rentabilidade do modelo de concessão e a possibilidade de que ele seja estendido para outros aeroportos, além dos que já foram privatizados (Guarulhos e Campinas, em São Paulo, e Brasília). “O modelo é bem sucedido sim. Já existem estudos para a concessão de outros aeroportos, mas ainda é precipitado elencar quais serão os possíveis escolhidos. Alguns nomes já foram citados pela imprensa, mas não são de fontes especiais”, falou. Na abertura do evento, na terça-feira, o ministro Wagner Bittencourt, da Secretaria de Aviação Civil, disse que até 2014 o Brasil terá voos regulares nos aeroportos nacionais em raio de 100 quilômetros atendendo 94% da população, com a expansão da aviação regional, comparando as malhas aéreas brasileira e dos Estados Unidos.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sérgio Mendonça assume secretaria de trabalho em meio a ameças

14/4/2012 14:02, Por Redação, com ABr - de Brasília
Duvanier Paiva Ferreira ex-secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento do Ministério do Planejamento A morte abrupta de Duvanier Paiva, em janeiro, então secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, fez com que o atual secretário, Sérgio Mendonça, assumisse a vaga em meio a ameaças de uma greve geral do funcionalismo público nos Três Poderes. A pré-anunciada paralisação está prevista para o início de maio, mas, diante de um cenário de crise econômica internacional, a ordem é “cautela”. “Assim, qualquer crescimento da despesa com a folha de pagamento não deve ultrapassar a relação com o PIB [Produto Interno Bruto] nominal”, disse Mendonça, em entrevista à Agência Brasil. Apesar do titular de Mendonça ter assumido o cargo recentemente, o discurso de que o governo só negocia reajuste com servidores para o contracheque de 2013 continua. - É verdade que é um momento difícil. O governo teve ano difícil nas negociações em 2011, e isso carrega para frente uma tensão nas relações do governo com os servidores. Mas, para 2012, a folha está fechada. Toda negociação é para 2013 - admitiu. Segundo Mendonça, atualmente, a folha de pagamento – considerando o Poder Executivo, o que inclui servidores civis e militares, o Legislativo e o Judiciário – custa cerca de R$ 200 milhões por ano ao governo. O montante equivale a 4,5% do PIB. E, conforme o secretário, o alto percentual faz com que cada movimento de reajuste salarial precise ser bastante calculado. A ordem atual é que o crescimento dos gastos não ultrapasse a relação com o PIB nominal. - Qualquer movimento [em torno de reajuste] que você dê, [mesmo que] só da inflação, você consome uma boa parcela [da folha de pagamentos]. Não se consegue fazer outra política senão a de ajustes remuneratórios, correção das distorções. A ideia é que não possa ultrapassar o crescimento, essa relação com o PIB nominal daqui para frente. Se hoje a relação é 4,5% do PIB, a ideia é que isso possa ser preservado daqui para frente e que, em 2013, 2014, não tenha expansão adicional. Isso não é uma gordura, é manter estrategicamente a despesa de pessoal no ritmo de crescimento do país. Focando nessa metodologia e na expectativa do governo de crescer 5,5% em 2013, as contas de aumento de gastos ficam em torno de R$ 25 bilhões, de acordo com as projeções de Mendonça. “É difícil mensurar, em conta simplória, se o Brasil de fato crescer 5% ano que vem, e ter a meta de inflação atingida, está se falando de expansão de 9,5% na despesa. Ela não deveria crescer mais que isso, para não ultrapassar parâmetros. O governo não vai errar nessa conta, eu gasto tanto, mas posso avançar mais meio. Não vai ser assim”, disse. Nessa conta governamental, estão computadas as despesas com melhoria salarial e novos concursados. “A despesa de pessoal com reajuste e novas contratações de concursos, temos que encaixar tudo na mesma conta”, disse o secretário de Relações do Trabalho. Segundo ele, esse é o parâmetro do governo na hora de avaliar a possibilidade de atender às reivindicações dos servidores. “Esse é o parâmetro com que estamos trabalhando, mas não é um parâmetro que impede uma expansão”.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Câmara aprova texto-base de MP que muda tarifas aeroportuárias

Yahoo! Notícias 11/04/2012 09:52 Câmara aprova texto-base de MP que muda tarifas aeroportuárias Reuters BRASÍLIA, 11 Abr (Reuters) - A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o texto principal de medida provisória que altera tarifas aeroportuárias. O texto diminuiu de 50 por cento para 35,9 por cento o valor do Adicional de Tarifa Aeroportuária (Ataero), segundo a Agência Câmara. O Ataero destina-se à melhoria da infraestrutura de aeroportos. Os recursos do Adicional constituirão o Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) pelo texto aprovado nesta quarta. Os deputados ainda terão de analisar emendas propostas ao texto.

Previ quer mais aeroportos e varejo

O Estado de S.Paulo 11 de abril de 2012 | 22h 00 Previ quer mais aeroportos e varejo Maior fundo de previdência da América Latina planeja apresentar ao governo, em 40 dias, plano de investimento para Guarulhos Irany Tereza, da Agência Estado RIO - Maior fundo de previdência da América Latina planeja apresentar ao governo, em 40 dias, plano de investimento para Guarulhos A Previ, caixa de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, atingiu em março patrimônio de R$ 160 bilhões, cifra que consolida o fundo como o maior da América Latina. Em 2011, mesmo com o fraco desempenho da bolsa de valores, o fundo, que tem 62% de seus ativos em renda variável, fechou com superávit de R$ 24,6 bilhões. O resultado foi garantido pelo alto retorno das aplicações em renda fixa e imóveis. Insuficiente, porém, para impedir que a rentabilidade anual média ficasse bem abaixo da meta atuarial: 7,64%, para uma meta de 11,38%. Este ano, a Previ pretende investir pesado em comércio e infraestrutura, especialmente em aeroportos. Integrante do consórcio vencedor da concessão de Guarulhos, o fundo apresenta em 40 dias ao governo federal o plano de investimentos no aeroporto. "Estamos fazendo um trabalho intenso, concluindo um plano de trabalho bem complexo para que possamos, previamente, apresentar às autoridades, de forma espontânea para que a gente possa, ao assumir o aeroporto, ter muita convicção dos avanços que podemos implementar no aeroporto", disse o presidente da Previ, Ricardo Flores. O consórcio, formado pela Invepar (Previ, Petros, Funcef e OAS) e a sul-africana Acsa, com 51%, além da Infraero, com 49%, definirá em até seis meses o quadro de funcionários que vão trabalhar. Os que eventualmente não forem mantidos devem ser remanejados pela Infraero para outros aeroportos sob sua administração. "Guarulhos é uma cidade. A expectativa é de que a circulação seja de 60 milhões de pessoas por ano ao longo da concessão", diz o diretor de Participações da Previ Marco Geovanne, sobre os diferentes negócios a serem tocados no aeroporto. Com foco no plano para o aeroporto, os fundos que formam a Invepar devem adiar para o ano que vem a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa. "A ideia é de que até o fim de 2012 ano a Invepar já esteja preparada para um IPO. A partir daí, vai depender da janela de oportunidade (para o IPO)", explica Geovanne. Ricardo Flores não afasta a possibilidade de criação de um veículo semelhante para investimentos no comércio varejista. Detentora de 2,07% de participação no Magazine Luiza, a Previ vem analisando minuciosamente a possibilidade de ingressar em outros empreendimentos voltados ao consumo. Atualmente, o rearranjo mais comentado no mercado de varejo envolve grupos como Pão de Açúcar e Ponto Frio, mas os diretores da Previ não adiantam se esses grupos fazem parte da lista de negócios avaliados. Foco. Além do comércio e do setor imobiliário (com destaque para shoppings), o segmento de óleo e gás é outro que deve receber investimentos de peso do fundo. A Previ já é acionista da Sete Brasil, mas não vai participar do aumento de capital que está sendo desenhado empresa.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Em Defesa da CUT Independente e de Luta

Correspondência Em Defesa da CUT Independente e de Luta* – abril de 2012 (Extra) Apresentação Esta edição especial da “Correspondência”, num momento em que ocorrem as assembleias de eleições de delegados aos CECUTs (maio) e ao 11º CONCUT (9 a 13 de julho), traz um Manifesto dirigido a todos cutistas. Desde meados de 2011, quando da de um seminário conjunto dos sindicatos de metalúrgicos do ABC (CUT) e de São Paulo (Força Sindical) com a FIESP, viemos alertando sobre uma política de “parceria” com os patrões que ameaçava desfigurar a nossa central. Em vários momentos colocamos essa discussão na Executiva e na Direção nacional da CUT, sem que a mesma pudesse ser concluída. Desde o início deste ano uma série de atos em conjunto com os empresários foram realizados com a presença de dirigentes de nossa central, culminando no ato de 4 de abril, em São Paulo, um dia após o anúncio pelo governo de um pacote de medidas em benefício da “competitividade” das empresas privadas. Desenvolver a discussão sobre a necessidade da CUT romper com a “união capital-trabalho”, nociva aos interesses do conjunto da classe trabalhadora, é o objetivo do Manifesto publicado abaixo. * * * Manifesto em defesa da unidade dos trabalhadores e da CUT Chega de concessões e de parceria com os patrões! Em 3 de abril foi anunciado um “pacote de ajuda à indústria” no plano “Brasil Maior”, que custará mais de 60 bilhões de reais ao governo.federal em reduções de impostos e recursos do Tesouro. A maior parte dos recursos (45 bilhões) é repasse do Tesouro ao BNDES para oferecer crédito a juros mais baixos às empresas privadas, sem qualquer exigência de garantia de emprego aos tomadores desses empréstimos. Isenções fiscais e redução do IPI e PIS/Cofins fazem parte do pacote, que também elimina a contribuição previdenciária de 20% sobre a folha de pagamento para 15 setores industriais, substituída em parte por uma taxa de 1% a 2% do faturamento, com a diferença coberta pelo Tesouro. Em 28 de março, diante de entidades sindicais dos servidores federais e da CUT, o secretario de Relações do Trabalho do governo alegou “restrições orçamentárias” para negar aumento salarial ao funcionalismo. “Restrições” que, como se vê, não existem para os empresários. A presidente Dilma, ao anunciar o pacote, falou em aumentar a “competitividade” e em “mercado interno sólido”. Nenhuma garantia de estabilidade no emprego faz parte das medidas anunciadas. O presidente da CUT, Artur Henrique, apoiou “vários itens” do pacote, dizendo que “protegem a indústria nacional e, consequentemente, os empregos”. É a falsa visão de que benefícios aos patrões automaticamente “protegem” os empregos. Uma “comissão tripartite” (governo, empresários, sindicalistas) para acompanhar os impactos da desoneração da folha da Previdência e “Conselhos Setoriais de Competitividade” em 19 setores da economia foram criados na mesma ocasião. “Competitividade” para quem? O que pode fazer uma organização sindical dos trabalhadores em favor da competitividade de uma empresa capitalista? Colaborar com os patrões para reduzir o custo salarial, para que paguem menos impostos, para que deixem de pagar a Previdência e, assim, tenham mais lucros? Que a Força Sindical ou a UGT defendam a colaboração com os capitalistas, faz parte de sua natureza. Que a CTB vá atrás dos pelegos, também. E quanto à CUT, construída como central sindical independente e de luta de classe, o que fará nos “conselhos de competitividade” junto com o governo e os patrões? Fatiar a representação da CUT em 19 “conselhos” vinculados a setores industriais empurra a nossa central para uma situação perigosa: perder a visão de conjunto dos interesses da classe trabalhadora. Sim, pois em cada “conselho” os patrões pressionarão o governo para favorecer a “sua” competitividade, o que pode opor trabalhadores do setor privado aos trabalhadores do setor público e rurais, para os quais faltarão recursos públicos com as isenções bilionárias dadas aos empresários. Uma perigosa divisão no seio da própria CUT. O ministro Mantega explicou que “os salários nos países desenvolvidos estão sendo reduzidos, o que prejudica a competição dos produtos brasileiros, porque o custo dos nossos salários pesaria no preço final dos produtos. Ao reduzir o impacto dos salários nos produtos brasileiros vendidos no exterior, esse equilíbrio seria mais justo”. Está claro: o aumento da competitividade implica “reduzir o impacto dos salários”. É o que o FMI, o Banco Mundial, o G 20 e a União Européia dão como receita para enfrentar a crise do capitalismo em todo o mundo. Empregos, salários e direitos garantidos? Dilma declarou que está adotando medidas “sem mexer nos direitos nem nos salários” e que “optamos pela desoneração da folha de pagamentos das empresas sem prejuízos ao emprego nem aos trabalhadores". A realidade é que a eliminação da contribuição patronal ao INSS, além de atacar as bases da Previdência Pública - baseada na contribuição do trabalhador e na do patrão sobre a folha (o que é um tipo de “salário indireto” depositado para garantir um direito do trabalhador) - provoca um “rombo” na Previdência que será coberto pelo Tesouro com recursos públicos (o conjunto da sociedade pagará pelos patrões). Sim, pois como o ministro Mantega afirmou, apenas uma "parte dessa desoneração, muito menor do que o que está sendo reduzido na folha" será compensada por taxas sobre o faturamento das empresas (imagine-se quando o empresário manipular seus resultados ou subfaturar). Logo, recursos públicos substituirão aquilo que os empresários deveriam pagar à Previdência e deixarão de ser investidos na melhoria dos serviços públicos, nos salários dos servidores, na Reforma Agrária, nas estatais, em prejuízo da nação e da maioria do povo. O “custo do trabalho” se reduz com a desoneração da folha, é certo, mas ao preço de uma pilhagem no Orçamento da União e comprometendo a Previdência Social, direito essencial do trabalhador. A CUT, não pode aceitar que os patrões deixem de pagar os 20% de sua contribuição para a Previdência Pública dos trabalhadores e deve manter sua posição contrária à desoneração da folha. “Parceria” preparou medidas e patrões querem mais Em 4 de abril, um ato conjunto de entidades patronais – FIESP, CIESP, Abimaq – com centrais sindicais, (inclusive a CUT), em São Paulo, mostrou que os empresários ainda querem mais para preservar seus lucros no Brasil (dentre os maiores do mundo). Eles usaram as centrais para pressionar o governo federal, ganharam 60 bilhões e continuam a usar essa “parceria” para desonerar a folha dos “127 setores da indústria”, como disse o Paulinho da Força. As organizações dos trabalhadores, e em primeiro lugar a CUT, não podem se prestar ao papel de massa de manobra dos capitalistas, os mesmos que não perdem ocasião de gritar contra a redução da jornada para 40 horas, como fizeram os 28 megaempresários reunidos com Dilma em 22 de março. É hora de romper com essa “união capital-trabalho” e afirmar as propostas da CUT para defender empregos, salários e direitos diante dos efeitos da crise e da desindustrialização: estabilidade no emprego, taxação de importados com similares produzidos aqui, centralização do câmbio (vários tipos de câmbio de acordo com a importância do produto para a economia nacional), melhores salários para os trabalhadores dos setores público e privado e Reforma Agrária para alavancar o mercado interno. É uma plataforma como essa que a CUT deve levantar, exigindo outra política do governo Dilma. E deve levantá-la de forma independente das entidades patronais, unindo ao seu redor todos os setores populares, inclusive as demais centrais que queiram separar-se de nossos exploradores e inimigos de classe. A CUT nasceu e cresceu defendendo os interesses de toda a classe trabalhadora, do campo e da cidade, dos setores público e privado, e deve continuar a fazê-lo. É tempo de interromper a política de parceria com os patrões, hoje institucionalizada nos “conselhos de competitividade”, que leva à destruição da unidade da classe trabalhadora, principal força produtiva da nação e indispensável para as mudanças que a construção de um Brasil soberano exige. Nossos salários, empregos e direitos trabalhistas e previdenciários devem ser defendidos com unhas e dentes pela CUT. O processo de preparação do 11º Congresso Nacional da CUT já começou. É hora de afirmar a independência de classe da CUT e levantar as propostas dos trabalhadores. Some-se a nós nesta luta! São Paulo, 4 de abril de 2012 Julio Turra, executiva nacional da CUT Jacqueline Albuquerque, direção nacional da CUT João Batista Gomes, direção nacional e executiva CUT-SP Lourival Lopes, direção nacional da CUT

Asas à privatização

Folha de São Paulo São Paulo, quinta-feira, 05 de abril de 2012 Asas à privatização Opinião Editoriais editoriais@uol.com.br Dúvidas sobre o resultado da primeira concessão de aeroportos, em especial o de Viracopos, levam governo do PT a rever regras para edital O governo federal ultima as regras para os próximos leilões que vão privatizar a administração de aeroportos. Entre as novas concessões devem figurar a do Galeão (RJ) e a de Confins (MG). Não se sabe ao certo como serão alterados os procedimentos das concessões de fevereiro, quando foi privatizada a operação de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, e de Brasília. A tendência do Planalto, acredita-se, seria exigir mais experiência operacional das empresas candidatas e aumentar a concorrência -os vencedores do certame anterior não poderiam controlar aeroportos na mesma região econômica, o centro-sul do país. As companhias que pretenderem operar Galeão ou Confins deverão comprovar que administram aeroportos tão grandes quanto o fluminense ou o mineiro. A mudança tem o objetivo de evitar que participem empresas que deixaram insatisfeita a presidente da República ao vencer o leilão de fevereiro, como no caso de Viracopos. Não se trata de idiossincrasia de Dilma Rousseff. Os ganhadores não operam os grandes aeroportos do mundo. Para levar Viracopos, construtoras nacionais se aliaram à Egis, da França, que cuida só de um modesto aeroporto em Paris e outros 13 na África e na Ásia. Duvida-se que possa trazer para cá as melhores práticas e tecnologias de gestão e construção. Outro ponto de insatisfação e insegurança se deve ao fato de que as empresas vitoriosas têm histórico de problemas no cumprimento de contratos. E isso não só em aeroportos em outros países, mas até em obras rodoviárias no Brasil. Além do mais, elas venceram com lances de valor demasiado alto (160% de acréscimo sobre o preço mínimo do leilão, em Viracopos, e 674% em Brasília). As apostas parecem incompatíveis com uma operação financeira saudável e os compromissos de investimento assumidos. A esse respeito, convém lembrar que outras privatizações do governo petista, aparentemente bem-sucedidas quando da conclusão dos leilões, logo se revelaram problemáticas. Empresas que conquistaram a concessão de rodovias federais com valores muito baixos de pedágio mostraram-se incapazes de realizar no prazo as obras acordadas. Limitar a disputa a grandes empresas não elimina o risco de repetição de tais problemas. Ressalte-se que editais imprecisos, agências reguladoras frouxas e lentidão judiciária também incentivam o descumprimento de contratos. Enfim, é preciso zelar para que o novo edital seja atrativo o bastante e evite tornar a disputa pouco competitiva, o que oneraria o consumidor do serviço. O governo parece aprender com o erro recente. No entanto, houvesse decidido há mais tempo privatizar os aeroportos e estudado com mais pormenor a questão, talvez os resultados tivessem sido melhores que os do leilão de fevereiro.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Concessão do Galeão deve ter forte disputa

Folha de São Paulo São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2012 Aeroporto passa de 'patinho feio' a 'cisne' pela perspectiva de se tornar concentrador de voos na América do Sul Estudos mostram que unidade no Rio está subaproveitada; setor de cargas tem potencial para crescimento DIMMI AMORA DE BRASÍLIA De "patinho feio", o Aeroporto Internacional do Galeão-Tom Jobim está a caminho de virar o "cisne" das concessões do governo. A unidade de 35 anos tenta sair de uma longa decadência, em que terminais de passageiros são comumente comparados a rodoviárias e as operações estão abaixo da capacidade. O aeroporto deu prejuízo de R$ 200 milhões em 2010. Com boa infraestrutura para os aviões e considerado competitivo para o mercado internacional, o aeroporto entrou na mira dos maiores operadores do mundo. Para o mercado, o Galeão terá uma forte disputa quando for leiloado porque os grandes operadores precisam entrar no mercado brasileiro o quanto antes. O motivo: a tendência é haver, após o período de cinco anos em que os controladores dos aeroportos concedidos não podem ser trocados, um processo de fusões e aquisições. Entrar no mercado adquirindo uma concessão custará bem menos que comprar a administradora de uma unidade concedida. As críticas de que os aeroportos brasileiros foram parar na mão de empresas sem experiência suficiente não deverão se repetir na próxima rodada, pois o governo vai aumentar as restrições à participação para atrair somente grandes operadores. "Se houver grupos com visão mais internacional e experiência, o Galeão deixa de ser o patinho feio", afirmou o consultor Josef Barat, ex-conselheiro da Agência Nacional de Aviação Civil. 'HUB' Parte do mercado prevê que o Galeão competirá com os aeroportos de Campinas e Guarulhos pelos voos internacionais e pela carga aérea. Outra parte considera que Campinas não conseguirá competir no mercado internacional e que Guarulhos e Galeão vão dividir os passageiros, tornando-se os "hubs" (concentradores de voos) da América do Sul. Em 2011, dos passageiros internacionais, Guarulhos teve 62%, Galeão, 21%, e Campinas, 1%. "O Galeão foi o único projetado para 80 milhões de passageiros por ano", diz Delmo Pinho, subsecretário fluminense de Transportes. O crescimento da economia do Estado, puxado pela indústria do petróleo, e o fato de o Rio ser sede da Olimpíada-2016 e da final da Copa-2014 são outros fatores que favorecem o Galeão. Estudos mostram que o aeroporto está subaproveitado. Um exemplo é a parte de cargas, na qual a receita em 2010 foi menos que metade da de Campinas e Guarulhos. O aeroporto tem poucos problemas para seu crescimento (construir uma nova pista seria menos problemático que em outras grandes unidades do país) e já passa por melhorias de gestão e reforma nos terminais (avaliadas em R$ 813 milhões). O ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, não revela quando a unidade vai a leilão. Mas afirma que ela estará numa condição muito melhor quando isso ocorrer.

Privatização do aeroporto de Confins é vista com bons olhos

Estado de Minas 04/04/2012 07 Representantes do governo e analistas acreditam que leilão do terminal de Confins deve acelerar os investimentos Geórgea Choucair - Estado de Minas A diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) se reúne nessa quinta-feira para divulgar o resultado do leilão dos aeroportos de Viracopos (Campinas), Guarulhos (São Paulo) e Brasília. Na verdade, o impasse maior é em relação ao aeroporto de Viracopos, que teve recursos contra a habilitação do vencedor, o consórcio Aeroportos Brasil (Triunfo Participações e Investimentos (TPI) S.A, UTC Participações S.A e Egis Airport Operation). Já a concessão à iniciativa privada do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, e do Galeão (Tom Jobim), no Rio de Janeiro, voltou à tona. Em Minas, a possível concessão de Confins é vista com bons olhos por representantes do governo, analistas de mercado e professores do segmento de aviação. “Caso se confirme a concessão, vai estar de encontro com as aspirações do governo de ter o setor privado participando, de forma compartilhada com o público, dos investimentos no aeroporto internacional. Acreditamos que a parceria vai responder melhor às necessidades da expansão e do crescimento do empreendimento dentro do conceito de aeroporto-cidade”, afirma Luiz Antônio Athayde, subsecretário de Assuntos Estratégicos do governo de Minas. Mas a realização dos leilões será depois das eleições de outubro, segundo fontes ligadas ao governo federal, para evitar as críticas do primeiro leilão (Viracopos, Brasília e Guarulhos) e do uso político da privatização na campanha. O Galeão sofre com a qualidade do serviço prestado e, por isso, seria um dos primeiros da lista. Já Confins, precisa de investimentos para atender à demanda. Confins transportou 9,1 milhões de passageiros em 2011, bem acima da capacidade do aeroporto, de 5 milhões de passageiros. O consórcio Concremat/Themag, vencedor da licitação do projeto executivo do Terminal 2, que vai ser instalado ao lado do estacionamento novo, já iniciou o trabalho. A intenção do governo é de que até o final do ano possa entregar à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) o projeto pronto para licitar as obras. O orçamento preliminar do governo do estado é que o terminal vai custar US$ 300 milhões. “A parceria com a iniciativa privada pode acelerar os investimentos. Confins vai se firmar como um dos portões de entrada da malha internacional e de distribuição da malha nacional na Região Sudeste. Com certeza o aeroporto vai despertar atenção para a concessão”, diz Athayde. O analista de aviação Renato Cláudio Costa afirma que o aeroporto é um empreendimento complexo e que a privatização precisa ser bem avaliada. “É necessário saber se só o terminal de passageiros que vai ser privatizado ou o controle de tráfego, pistas de pouso, terminal de cargas e as rampas de estacionamento de caminhão também. Não adianta nada o terminal de passageiros estar funcionando se não tem avião chegando”, diz Costa. Ele ressalta que o aeroporto não se resume ao terminal de passageiros. “O avião, por exemplo, tem tempo mínimo para ficar no chão”, observa. O coordenador dos cursos de pilotagem e manutenção de aeronaves da Una, Kerley Alberto Pereira de Oliveira, também afirma que seria importante saber do conhecimento do concessionário sobre o ramo de aeroportos. “Ele vai administrar uma cidade na verdade. A empresa não pode ter só dinheiro, mas necessita de conhecimento de gestão. Gerir aeroporto não é uma coisa trivial”, afirma. (Com agências)